Andre Galvão, Rômulo Barral e Xande Ribeiro comentam a respeito de algumas posições que tem sido alvo de discussões e críticas dentro das competições de Jiu Jitsu.
As posições A 50/50, e a Dupla Puxada são muito usadas em campeonatos, muitas vezes na intenção de amarrar ou mesmo fazer guarda a qualquer custo, no caso da dupla puxada.
Alguns monstros da arte suave expuseram suas considerações a respeito desse tipo de jogo.
Foto: Divulgação
Xande Ribeiro
Dupla puxada: “O que eu mais sou contra é a dupla puxada. Se o cara aceita o joguinho de bunda no chão e não luta para passar a guarda, não é lutador. Fica em casa e não luta, por favor. Temos que achar uma filosofia para o Jiu-Jitsu onde esse tipo de posição não tenha vez. Não temos que nos adaptar a isso”
50-50: “Você tira o que você quiser do Jiu-Jitsu. Tem gente que amarra a luta inteira e que só sobe no final para fazer pontos e ganhar. A Federação está relutando muito em punir os atletas que exageram na 50-50 e na dupla puxada. Tem que premiar uma raspagem, uma passagem, algo que eu construí e aprimorei com o suor do meu treino. O problema na 50-50 é quem fica muito tempo nela. Ficam iguais a dois idiotas em uma gangorra. O Paulo Myiao e o Keenan Cornelius, que são dois atletas excepcionais, ficaram, em uma luta, mais de sete minutos na 50/50 e, no final subiram para tentar fazer pontos. Acho que isso é desvalorizar o meu esporte”
Foto: John Lamonica
Rômulo Barral
50-50: “Se fosse uma posição de ataque, eu não reclamaria. Não sou muito chegado a essa posição, mas, por ser uma posição do Jiu-Jitsu, eu aceito”.
Dupla puxada: ”Sou totalmente contra a dupla puxada para a guarda. Os dois atletas puxam e ficam tentando desenvolver um jogo dali. Um tenta fazer o berimbolo, o outro também, e ninguém sobe para tentar passar a guarda. Acho que teríamos que criar uma regra em que, depois de 30 segundos naquela posição, um teria que subir. Acho que as punições teriam que ser muito rígidas durante essa posição, pois ela acaba com a essência do Jiu-Jitsu. Ninguém tenta passar, raspar ou pegar as costas do outro. Faltando 10 segundos, ficam os dois fazendo toda força do mundo para subir e tentar fazer uma vantagem. Isso é uma coisa que jamais irão me ver fazer no Jiu-Jitsu. Se puxar, eu subo. Pode ser qualquer um, independentemente se o cara vai me raspar ou me finalizar. Essa foi a essência do Jiu-Jitsu que eu aprendi: o cara puxa para a guarda e você tenta passar. Não existe essa coisa de os dois puxarem e os dois ficarem ali. Acho a dupla puxada inaceitável. Se os dois não subirem, teriam que ser desclassificados. Essa posição deveria ser banida do Jiu-Jitsu”.
Foto: txmma.com
André Galvão
50-50: “Acho uma posição boa pra quem gosta de amarração. Se você quer segurar a luta ou amarrar é só botar nessa posição, até porque a regra permite isso. Muitas vezes, a regra favorece o amarrão. Não somente na 50/50, como também em outras situações. Mas acho que a Federação já está tratando disso, e a regra vai mudar um pouco para desfavorecer quem gosta de lutar para ganhar nas vantagens”
Dupla puxada: “Toda posição é efetiva se usada no momento certo. A finalização pode acontecer a partir do primeiro contato. Eu aprovo somente porque a regra permite isso. Se a regra permite, não podemos conter quem decide lutar desta forma. Mas acho prejudicial, pois é muito ridículo lutar desta forma, sentado bunda com bunda, e também fica chato de se assistir”,
