Entrevista Renata Pimentel – SAS Team

Entrevistamos a faixa preta, da equipe SAS Renata Pimentel. No seu retorno as competições em 2013 Renata ficou entre as 20 melhores do mundo segundo o ranking da IBJJF. Para tanto, levou pra casa medalhas de importantes eventos, fechando o ano com a conquista do Pan-americano na categoria e absoluto. Nessa entrevista Renata comenta sobre seu início na arte suave, sua carreira, preparação física, e muito mais. Confira.

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Foto: Arquivo Pessoal

O que te levou a treinar Jiu-Jitsu? Como foi o começo no esporte?

Tudo aconteceu no fim do ano de 1997. Eu estudava no Colégio Militar daqui de Fortaleza e o Sazinho começou a dar aula lá e muitos dos alunos foram experimentar, inclusive eu! Gostei demais e resolvi logo depois ir treinar na academia dele… De inicio era meio estranho por que as pessoas não conheciam muito o que era o Jiu Jitsu… Não era tão popular ainda mais para meninas. Com uns 4 meses de treino comecei a competir aqui no estado… Eram pouquíssimas meninas e normalmente eram feitas lutas casadas. Logo depois já comecei a competir fora e de cara fui campeã brasileira e campeã pan americana em 1999… Depois vieram 2 títulos mundiais… E por ai foi!

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Foto: Arquivo Pessoal

Como é a sua preparação diária, faz algum tipo de suplementação ou outro tipo de treinamento além do técnico?

Meus treinos diários são basicamente 1h e meia de Jiu Jitsu (de segunda a sábado) e 2h de preparação física (4x na semana), sendo acompanhada por nutricionista também… De suplementação agora estou tomando Whey, HMB (anti catabolico), Amino Decanate e Waxy Maize… Mas sempre muda, depende da fase!

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Foto: Arquivo Pessoal

Como você vê a evolução da categoria feminina, hoje em dia tem muito mais mulheres treinando do que quando você começou? O Nível da categoria também aumentou dentro das competições?

Passei 7 anos afastada dos tatames (de 2005 a 2012) e voltei a treinar e me inteirar do mundo do BJJ ano passado. Fiquei empolgadíssima com o que vi. As meninas treinando forte, igual aos homens, aumentando exageradamente o nível das competições. Na época em que iniciei, aqui no Ceará eram pouquíssimas e normalmente desistiam. Tinham mais meninas no sudeste, mesmo assim eram poucas. Nos competíamos juntando as faixas (roxa, marrom e preta) e só tinham 3 categorias de peso. Hoje lutamos com as faixas separadas e com os pesos também. Fora que as premiações agora estão contemplando as meninas também. Estamos conquistando nosso espaço. Falta ainda muito, principalmente aqui no nordeste.

Qual sua luta mais difícil até hoje?    

A luta mais difícil foi a final do Rio Open desse ano, com a Luiza Monteiro, ela é muito explosiva. Ainda estou me adaptando com essa historia de lutar 10 minutos. E de conciliar a vida de atleta e defensora pública. Não tenho a disposição que elas têm, pois agora as meninas do circuito só fazem treinar e muitas vezes vivem do Jiu Jitsu e eu não!

Foto: Arquivo Pessoal

Foto: Arquivo Pessoal

Quais são seus ídolos do esporte?

Ídolos no esporte… Pra mim ainda considero ídolo o Roleta.Ainda sou da velha escola do Jiu Jitsu. Meu estilo de lutar é bem parecido com o dele. E claro, também não posso deixar de citar a Leca Vieira… Pois ela foi inspiração para todas as meninas da época, uma das primeiras faixas pretas competidoras do Brasil.

Como é conciliar uma profissão formal dentro da área jurídica com um esporte tão intenso como o Jiu Jitsu, você nota algum preconceito ou espanto quando revela que é faixa preta?

Conciliar o esporte com a carreira jurídica (defensoria) ate agora tem sido fácil. Na época das competições maiores solicito férias para treinar e viajar. E quanto à reação das pessoas quando sabem que sou faixa preta algumas vezes realmente se espantam, assim como dentro do jiu jitsu quando descobrem que sou defensora publica. Não tenho notado preconceito, só espanto mesmo.

Foto: Arquivo Pessoal

Foto: Arquivo Pessoal

Quais seus planos para 2014 dentro do esporte?

Esse ano pra mim já deu de competição. Foi meu ano de retorno e consegui tudo que queria, alias, consegui mais títulos do que imaginava. Foi tudo feito sem cobrança, afinal estava voltando. Então, em 2014 vou me cobrar bem mais, que eu sei. Quero competir bem mais que em 2013, pois nesse ano deixei de ir para muitos campeonatos importantes da CBJJE próximo ano tentarei ir e ganhar umas medalhinhas.

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